Aqueles que têm nome e nos telefonam
Um dia emagrecem – partem
Deixam-nos dobrados ao abandono
No interior duma dor inútil muda
E voraz
Arquivamos o amor no abismo do tempo
E para lá da pele negra do desgosto
Pressentimos vivo
O passageiro ardente das areias – o viajante
Que irradia um cheiro a violetas nocturnas
(…)
Nem a vida nem o que dela resta nos consola
A ausência fulgura na aurora das manhãs
E com o rosto ainda sujo de sono ouvimos
O rumor do corpo a encher-se de mágoa
Assim guardamos as nuvens breves os gestos
Os Invernos o repouso a sonolência
O vento
Arrastando para longe as imagens difusas
Daqueles que amámos e não voltaram
A telefonar
Al Berto
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário