segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Começa, no ar da antemanhã...

Começa, no ar da antemanhã,
A haver o que vai ser o dia.
É uma sombra entre as sombras vã.
Mais tarde, quanto é a manhã
Agora é nada, noite fria.

É nada, mas é diferente
Da sombra em que a noite está;
E há nela já a nostalgia
Não do passado, mas do dia
Que é afinal o que será.


Fernando Pessoa

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Simpsons






"SPIDER-PUG SPIDER-PIG SPIDER-PIG"


A cena que me fez doer a barriga de tanto rir :)

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Uma música... Uma letra... Um momento...

Encosta-te a mim,
nós já vivemos cem mil anos.
Encosta-te a mim,
talvez eu esteja a exagerar.
Encosta-te a mim,
dá cabo dos teus desenganos
não queiras ver quem eu não sou,
deixa-me chegar.

Chegada da guerra,
fiz tudo p´ra sobreviver, em nome da terra,
no fundo p´ra te merecer
recebe-me bem,
não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói,
não quero adormecer.

Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei
às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem,
encosta-te a mim.

Encosta-te a mim,
desatinamos tantas vezes.
Vizinha de mim,
deixa ser meu o teu quintal,
recebe esta pomba que não está armadilhada
foi comprada, foi roubada, seja como foi.

Eu venho do nada
porque arrasei o que não quis
em nome da estrada, onde só quero ser feliz.
Enrosca-te a mim,
vai desarmar a flor queimada,
vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.

Encosta-te a mim

Quero-te bem.



(Jorge Palma - Encosta-te a mim)

De volta...




...das férias... e ao blog (acho!) :P





E cada vez que passeio por Portugal, conheço mais "uns quantos metros quadrados" e vivo momentos a não esquecer... gosto cada vez mais :)


A Costa Vicentina... é tão mas tão especial :)
LINDA!
E cada vez mais...


(nas fotos, vista do forte da Arrifana - Aljezur) :)

terça-feira, 22 de maio de 2007

Encontrei-a por acaso... e é simplesmente linda...


CHUVA - Mariza



As coisas vulgares que há na vida

Não deixam saudade
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir

Há gente que fica na historia

Da historia da gente
E outros de quem nem o nome
Lembramos ouvir

São emoções que dão vida

À saudade que trago
Aquelas que tive contigo
E acabei por perder

Há dias que marcam a alma

E a vida da gente
E aquele em que tu me deixaste
Não posso esquecer

A chuva molhava-me o rosto

Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera

Ai, meu choro de moça perdida

Gritava à cidade
Que o fogo do amor sob a chuva
Há instantes morrera

A chuva ouviu e calou
Meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade

domingo, 1 de abril de 2007

Algo que jamais será esquecido...



...olhando para esta imagem (quase) sinto tudo o que sentia no momento... E também muitas saudades...

(não era para fazer publicidade... mas agradecem :)

quinta-feira, 29 de março de 2007

Adiamento...

Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã...
Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,
E assim será possível; mas hoje não...
Não, hoje nada; hoje não posso.
A persistência confusa da minha subjetividade objetiva,
O sono da minha vida real, intercalado,
O cansaço antecipado e infinito,
Um cansaço de mundos para apanhar um elétrico...
Esta espécie de alma...
Só depois de amanhã...
Hoje quero preparar-me,
Quero preparar-rne para pensar amanhã no dia seguinte...
Ele é que é decisivo.
Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos...
Amanhã é o dia dos planos.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o mundo;
Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã...
Tenho vontade de chorar,
Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro...


Fernando Pessoa

sábado, 17 de março de 2007

If you...

I wonder, if I ever let you down
Did you keep on moving
I wonder, when I took my feet from off your ground
Did you keep on going

If you ever need me, just remember
All the times when we wandered free
If you ever miss me, don't you know
That i feel the same way

I wonder, did I ever fail you
Did you give up dreaming
I wonder, when I had to go
Did you stop believing

Don't you know, every sould must grow older
Our past belongs to you
And it should make you stronger

If you ever need me, just remember
All the times when we wandered free
If you ever miss me, don't you know
That I feel the same way

Don't stop moving, you must keep on going
Don't you stop believing, you should go on dreaming
Don't stop moving, you must keep on going
Don't you stop believing,
'Cause it's people like you make the world go...

If you ever need me, just remember
And I'll always be there
If you ever miss me, don't you know
...don't you know
...we will meet again...


Coldfinger - Cover Sleeve

Estás só...

Estás só. Ninguém o sabe. Cala e finge.
Mas finge sem fingimento.
Nada 'speres que em ti já não exista,
Cada um consigo é triste.
Tens sol se há sol, ramos se ramos buscas,
Sorte se a sorte é dada.



Ricardo Reis

quarta-feira, 14 de março de 2007

Como às vezes num dia azul e manso...


Como às vezes num dia azul e manso

No vivo verde da planície calma
Duma súbita nuvem o avanço
Palidamente as ervas escurece
Assim agora em minha pávida alma
Que súbito se evola e arrefece
A memória dos mortos aparece...


Fernando Pessoa

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Uma inspiração...

"O nosso medo mais profundo não é de que sejamos inadequados,
O nosso medo mais profundo é de sermos infinitamente poderosos.
É a nossa luz, não a nossa escuridão, que nos assusta.
Perguntamo-nos: Quem sou eu para ser brilhante, lindo, talentoso e fabuloso?
Na realidade, quem somos nós para não o ser? Tu és um filho do Universo...
Sentires-te pequeno não serve o propósito do Universo.
Não há nada de iluminação em diminuíres-te,
para que os outros não se sintam inseguros ao pé de ti.
Nós nascemos para manifestar a glória do Universo que existe dentro de nós.
Não apenas em alguns de nós: está em todos.
E à medida que deixamos a nossa luz brilhar,
Inconscientemente permitimos aos outros que também o façam.
E à medida que nos libertamos do nosso próprio medo,
a nossa presença automaticamente liberta os outros."

Marianne Williamson


Obrigada V.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Without this love where will I be...?

I'm so afraid
Something is broken now
Too much been said
To wipe it clean somehow

Without
This love
Where will I be

Darkness abounds
Heaviness weighs myheart'
Round and round and round
We've gonna have to be apart

Without
(gonna have to be)
This love
(stronger than I've ever been)
Where will I be
(Don't know how to be without you)


Lamb - Stronger

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

I hope you can say the same...

We've walked together down this winding road
In search of something true
Together we grew
But now our journey has come to an end
And it's on to something new
For me and you

So goodbye my friend
Until we meet agian
Some other day
I know so much will change
But looking back I can say
I wouldn't change a day
I hope you can say the same

So many memories we got to make
And the challenges we've met
I'll never forget
Cause those lessons made us who we are today
Now we're taking the next step
Without a regret
No regret

That you understand
The only life we have
Is here and now
Not up in the clouds
With every breath we can say
It is a brand new day
I know I can say the same



Hoobastank - Say the same

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Um momento...

Foi um momento
O em que pousaste
Sobre o meu braço,
Num movimento
Mais de cansaço
Que pensamento,
A tua mão
E a retiraste.
Senti ou não?

Não sei. Mas lembro
E sinto ainda
Qualquer memória
Fixa e corpórea
Onde pousaste
A mão que teve
Qualquer sentido
Incompreendido.
Mas tão de leve!...

Tudo isto é nada,
Mas numa estrada
Como é a vida
Há muita coisa
Incompreendida...

Sei eu se quando
A tua mão
Senti pousando
'Sobre o meu braço,
E um pouco, um pouco,
No coração,
Não houve um ritmo
Novo no espaço?

Como se tu,
Sem o querer,
Em mim tocasses
Para dizer
Qualquer mistério,
Súbito e etéreo,
Que nem soubesses
Que tinha ser.

Assim a brisa
Nos ramos diz
Sem o saber
Uma imprecisa
Coisa feliz.


Fernando Pessoa

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Saudade...

Saudade é uma espécie de lembrança nostálgica, lembrança carinhosa de um bem especial que está ausente acompanhado de um desejo de revê-lo ou possui-lo. Uma única palavra para designar todas as mudanças desse sentimento é quase exclusividade do vocabulário da língua portuguesa em relação às línguas itálicas; há mesmo um mito de que seja intraduzível. Recentemente, uma pesquisa entre tradutores britânicos a apontou como a sétima palavra de mais difícil tradução.

A palavra vem do latim "solitas, solitatis" (solidão), na forma arcaica de "soedade, soidade e suidade" e sob influência de "saúde" e "saudar".

Pode-se sentir saudade de muita coisa:
...de alguém falecido.
...de alguém que amamos e está longe ou ausente.
...de um amigo querido.
...de alguém ou algo que não vemos há imenso tempo.
...de alguém que não conversamos há muito tempo.
...de sítios (lugares).
...de comida.
...de situações.

A expressão "matar a saudade" é usada para designar o desaparecimento (mesmo temporário) desse sentimento. É possível "matar a saudade", e. g., relembrando, vendo fotos ou vídeos antigos, conversando sobre o assunto, reencontrando a pessoa que estava longe etc.

A saudade pode gerar sentimento de angústia, nostalgia e tristeza, e quando "matamos a saudade" geralmente sentimos alegria.


Saudade é a presença da ausência.

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Ah se eu pudesse...

“Ah se eu pudesse não partir
Eu ficava aqui contigo
Se eu pudesse não querer descobrir
Ah se eu pudesse não escolher
Eu juro era este o meu abrigo
Se eu pudesse não saber que há mais
Mas como pode a Lua não querer o céu?
Como pode o Mar não querer o chão?
Como pode a Vontade acalmar o desejo?
Como posso eu ficar?”
(Margarida Pinto)

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Still counting the days...

So here I go and there you went...again
Just another stupid thing that I done wrong.
Locked up in my head , knocked down, beaten, left for dead
With all those brilliant things I should have said.
I gotta get away, and find something to do
'Cause everything I hear, everything I see, reminds me of you.

Still counting the days I've been without you 1, 2, 3, 4...
Still counting the days that you've been gone.

Day one, was no fun.
Day two, I hated you.
By day three I wish you'd come right back to me.
Day four, five and six, well I guess you just don't give a shit.
Day seven, this is hell. this is hell.

I gotta get away, and find something to do.
But everything I hear, everything I see, reminds me of you.

Still counting the days I've been without you 1, 2, 3, 4...
Still counting the days that you've been gone.
Still counting the days since you left me. 1,2,3,4...
Still counting the days since you've been gone.

A thousand things I wanna say to you, but it's too late now.
A thousand things I wanna say...

quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

A alguém...

Se eu soubesse como dizer,
Se eu soubesse como explicar,
Se eu soubesse que não ía perder…
Dizia que estou a amar.

Mas como não o sei,
E como não quero perder…
Nada farei,
Nem para ter, nem para esquecer.

Sendo assim, nada faço.
Nem desisto nem tento,
Nem amo nem esqueço…
Só sinto.

E assim ficarei:
Amiga somente.
E amarei,
Eternamente…



Anónimo

Aqueles que têm nome e nos telefonam...

Aqueles que têm nome e nos telefonam
Um dia emagrecem – partem
Deixam-nos dobrados ao abandono
No interior duma dor inútil muda
E voraz

Arquivamos o amor no abismo do tempo
E para lá da pele negra do desgosto
Pressentimos vivo
O passageiro ardente das areias – o viajante
Que irradia um cheiro a violetas nocturnas

(…)

Nem a vida nem o que dela resta nos consola
A ausência fulgura na aurora das manhãs
E com o rosto ainda sujo de sono ouvimos
O rumor do corpo a encher-se de mágoa

Assim guardamos as nuvens breves os gestos
Os Invernos o repouso a sonolência
O vento
Arrastando para longe as imagens difusas
Daqueles que amámos e não voltaram
A telefonar


Al Berto

sábado, 20 de janeiro de 2007

A morte...

A morte é a curva da estrada,
Morrer é só não ser visto.
Se escuto, eu te oiço a passada
existir como eu existo.

A terra é feita de céu.
A mentira não tem ninho.
Nunca ninguém se perdeu.
Tudo é verdade e caminho.

Fernando Pessoa


E eu acredito MESMO que Ela estará sempre em mim...
(Obrigada C.)

sábado, 6 de janeiro de 2007

Pensar?


O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...
Alberto Caeiro
(O Guardador de Rebanhos)