Na véspera de não partir nunca
Ao menos não há que arrumar malas
Nem que fazer planos em papel,
Com acompanhamento involuntário de esquecimentos,
Para o partir ainda livre do dia seguinte.
Não há que fazer nada
Na véspera de não partir nunca.
Grande sossego de já não haver sequer de que ter sossego!
Grande tranqüilidade a que nem sabe encolher ombros
Por isto tudo, ter pensado o tudo
É o ter chegado deliberadamente a nada.
Grande alegria de não ter precisão de ser alegre,
Como uma oportunidade virada do avesso.
Há quantas vezes vivo
A vida vegetativa do pensamento!
Todos os dias sine linea
Sossego, sim, sossego...
Grande tranqüilidade...
Que repouso, depois de tantas viagens, físicas e psíquicas!
Que prazer olhar para as malas fítando como para nada!
Dormita, alma, dormita!
Aproveita, dormita! Dormita!
É pouco o tempo que tens! Dormita!
É a véspera de não partir nunca!
Álvaro de campos
E a música do dia... "Véspera de não partir" de Margarida Pinto
E, por enquanto, é um prazer enorme olhar para as malas como para nada... E "só" porque existem por aí umas quantas pessoas que me fazem sentir... muito! Só sentir...
Obrigada a elas... às 4 míticas do meu mundo... :)
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4 comentários:
"Love sings when it transcends the bad things.Have a earth and try me ´cause without love i won´t survive"
Obrigada... só porque compreendes...
...e pq todas compreenderemos...
...e tu compreendes o significado disto...aliás, creio q só tu.
Beijo
não tenho palavras...
E viva as vésperas... e viva nós...e viva o amanhã... e viva o presente e o futuro...
e viva o sempre e o nunca...
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